O Parlamento venezuelano aprovou em sessão extraordinária, realizada neste domingo (15/03), o pedido do presidente do país, Nicolás Maduro, para que seja autorizado a legislar por decreto e, assim, enfrentar as recentes "ameaças" feitas pelos Estados Unidos.
O decreto, chamado de "Lei Habilitante Anti-imperialista", capacita Maduro para elaborar e aprovar leis sem consulta prévia ou posterior dos deputados. A nova lei ficará em vigor até o fim do ano
"Estamos indo para o Palácio [Presidencial] Miraflores entregar a lei ao povo e ao camarada Nicolás Maduro", acrescentou Cabello. Uma manifestação anti-EUA foi convocada pelo governo socialista em frente ao palácio.
A Venezuela está em meio a exercícios militares, que contam com a participação de cem mil pessoas, entre os quais 20 mil civis. Os exercícios foram batizados de "escudo bolivariano". Enquanto isso, o país enfrenta uma profunda crise econômica e escassez de bens básicos de consumo. Manifestações pelo país deixaram, até agora, um saldo de 43 mortos, incluindo oposicionistas, simpatizantes do governo e agentes de segurança.
Na semana passada, o presidente Barack Obama declarou que existe uma situação de "emergência nacional" nos EUA devido ao "extraordinário risco" que a instabilidade da Venezuela representa para a segurança americana.
Obama ordenou a aplicação de novas sanções a sete autoridades venezuelanas, com a alegação de violação dos direitos humanos. As sanções preveem a proibição de entrada nos Estados Unidos e o congelamento de bens. Entre os alvos, estão o diretor-geral dos serviços secretos da Venezuela e o diretor da polícia nacional.
Maduro fez o pedido de reforço de poderes um dia depois das declarações de Obama.
PV/efe/afp/dpa/lusa/Terra
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