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Freiras italianas são estupradas e mortas no Burundi

Uma das vítimas foi decapitada. Papa lamentou assassinatos brutais

A freira Bernadette Boggia, morta em um ataque no Burundi, em foto divulgada pela Congregação das Missionárias de Maria (AFP/Missionarie di Maria/AFP)

Três freiras italianas foram violentadas e mortas em um convento de Kamenge, na periferia de Bujumbura, capital do Burundi. Uma delas foi decapitada e as outras duas tiveram a garganta cortada, segundo a polícia local.
"O assassino degolou no domingo duas freiras, antes de atacar outra com golpes de pedra no rosto", informou o vice-diretor-geral da polícia do Burundi, o general Godefroid Bizimana à agência France-Presse. Segundo ele, o corpo da terceira religiosa foi encontrado decapitado na madrugada desta segunda-feira, no mesmo convento.
O padre Mario Pulicini, responsável pela paróquia em um subúrbio no norte de Bujumbura, identificou duas das freiras encontradas no domingo: Lucia Pulici, de 75 anos, que comemoraria seu aniversário nesta segunda-feira, e Olga Raschietti, de 82 anos. A terceira vítima foi Bernadetta Boggian, de 79 anos.
De acordo com a diocese de Parma, as mortes foram “o desfecho trágico de um roubo realizado por uma pessoa mentalmente desequilibrada”. No entanto, a polícia do Burundi assegurou que o assassino não roubou nada do local.
O padre Mario Pulcini, sacerdote italiano instalado em Kamenge, explicou que a terceira vítima havia telefonado para ele por volta da meia-noite dizendo que havia ouvido barulhos no convento. Duas outras freiras, de Ruanda e do Congo, também dormiam no local, mas não ouviram nada, informou.
Três pessoas estão sendo interrogadas. Um jovem foi identificado como suspeito dos dois primeiros assassinatos e as circunstâncias exatas do terceiro estão sendo investigadas.
Papa Francisco – As freiras serviam em Burundi há sete anos, depois de terem trabalhado no leste da República Democrática do Congo. Elas faziam parte da Congregação das Missionárias de Maria, que integra a ordem dos xaverianos.
Em uma mensagem de condolências, o papa Francisco disse estar “profundamente chocado com a trágica morte” e desejou que o sangue das vítimas “seja uma semente de esperança para construir uma fraternidade autêntica entre os povos”.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Federica Mogherini, também expressou em comunicado sua "grande dor". "Mais uma vez assistimos ao sacrifício de pessoas que, com um compromisso total, passaram suas vidas aliviando muito do sofrimento que ainda paira sobre o continente africano".
"O Governo do Burundi está consternado com tal barbárie", declarou por sua vez o vice-presidente Prosper Bazombanza Burundi, que prometeu esclarecer o crime o mais rápido possível.
(Com agências Reuters e France-Presse)

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